sexta-feira, 24 de julho de 2009

WATCHMEN

"Nunca se corrompa. Mesmo diante do Armagedon."

O que fazer, quando se é um herói, mas aqueles a quem você jurou proteger, não quer mais sua ajuda? Quem vigia os vigilantes? Essas e muitas outras perguntas são levantadas nesse belo filme “Watchmen” de Zack Snyder, baseada numa série de história em quadrinhos escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons. O filme se passa num momento critico, bem no ápice da guerra fria. A ameaça de uma guerra nuclear, que poderia devastar a terra é iminente. Nesse cenário tenso, começa a surgir suspeitas que existe alguém que está assassinando os antigos heróis, que agora, por ordem do governo, estão aposentados, excetuando por dois deles, o comediante (Jeffrey Dean Morgan, muito bom) e Dr manhattan (Billy Crudup), que continuam na ativa, só que trabalhando para o governo.
O interessante no filme é brincar com a natureza humana. Reconhecer que aquilo que nos faz tornar “civilizados” não passa, na verdade, de uma grande piada. No fundo todos somos animais.
A grande premissa de watchmen é se aprofundar dentro dos personagens da trama. Que não são poucos. Todos os conflitos que passam por todos os vigilantes. Sentir junto a eles a falta do prazer de viver como nos tempos de gloria, quando os ossos dos seus inimigos eram quebrados por seus punhos. O que não falta no filme são cenas, e muito boas, de ação.
Mas o que é bom no filme são as perguntas que são sempre colocadas no ar. Como saber o que é certo e o que é errado se aqueles que deveriam ser o exemplo podem se corromper?!!! Outra interessante: você mataria milhares para salvar bilhões??? O que são meros sacrifícios para um bem maior? Uma mentira pode gerar algo maior e melhor? Alguns podem dizer que sim. Mas tudo não passa de uma mentira enfeitada. Trata-se de viver numa ilusão. Os que saem beneficiados com ela podem ate agradecer. Mas quem vai ser justo com as peças de sacrifício. Elas foram em vão? Será que somos condicionados a aprender quando que devemos “ligar” nossa humanidade e senso de justiça, e quando devemos mantê-la imersa em camadas e camadas de mascares, regras e dogmas?
Em meio a uma vida de várias mascaras, de manipulações e mentiras. A mensagem que posso tirar desse belo filme, é citada por Rorschach: “Nunca se corrompa. Nem diante do Armagedon.”
Mesmo terminando minha critica, sinto a necessidade de falar mais do personagem Rorschach (Jackie Earle Haley, impressionante). Fiquei encantado com ele e com vontade de saber mais sobre ele. Rorschach é algo que vai intrigar quem nunca leu a séries em HQ. Esse vigilante passou por sérios traumas na infância, e sendo bem clichê, torna-se um herói mascarado (batman que se cuide !!!). Para ele o certo é o certo. A justiça é a justiça. Qualquer forma de tentar moldar ao seu bel prazer é repudiado por ele. Numa grande cena, em que está procurando uma garotinha seqüestrada, ele descobre o local do seu esconderijo e percebe que ela foi morta, e foi dada para os cães comerem. Em seguida subjuga o bandido que confessa abertamente o crime e pede para ser preso. Só que o choque da barbárie cometida por seqüestrado faz nosso herói ficar dividido. O cutelo que segura se torna tentador. Será que ele deveria usar? Ninguém saberia. Só que Walter Kovacs (a identidade do herói) não conseguiria fazer isso. Mas o bandido grita desesperado: “Vamos, eu preciso de ajuda! Me prenda!”. Rorschach, após algum tempo refletindo responde: “Homens são presos. Animais são abatidos.” E mata o seqüestrador com golpes de faca na cabeça!!!! Nesse dia, Walter Kovacs morreu, agora só existe a mascara, ou melhor, seu verdadeiro rosto. Só existe agora Rorschach. COOOOLLLLL !!!!!!!!!!


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